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Fotografia de Paisagens - Uma introdução

Fotografia de Paisagens - Uma introdução
As primeiras fotos da história foram paisagens, a Vista da Janela em Le Gras, feita por Joseph Nicéphore Niépce em 1826, ou a fotografia do Boulevard du Temple de 1838 (talvez 1839) feita por Louis Daguerre, assim a paisagem, natural ou urbana, está na fotografia desde o princípio, por isso quando fotografamos paisagens estamos nos conectando com uma longa e interessante história, repleta de grandes imagens, são quase 200 anos de história da fotografia e estamos todos juntos nesta longa estrada.
Indo além, eu diria que de todas as atividades fotográficas, profissionais ou não, a fotografia de paisagens é das mais interessantes, que mais aliviam o estresse e proporcionam uma grande variedade de momentos incríveis, isso sem falar na memória de cada um desses momentos, gravados pela fotografia.
A dica inicial e fundamental que deixo para quem quiser se aventurar na fotografia de paisagens é que busque ter repertório, que conheça referências. Dedique um tempo pesquisando o trabalho de nomes como Ansel Adams, Michael Kenna, David Noton, Galem Rowell, Araquém Alcântara, Luciano Candisani, Takeshi Mizukoshi, Art Wolfe, Frans Lanting, Jim Brandenburg, Cristina Goettsch Mittermeier, Fan Ho, Hiroshi Sugimoto, Andreas Gursky, Michael Wolf, Thomaz Farkas, Isabella Tabacchi,  Max Rive, Olga Karlovac, Ami Vitale, Trent Parke, Edward Steichen, Sebastião Salgado e essa lista poderia ir até o infinito, mas já é um bom conjunto, mesclei fotógrafos da paisagem urbana e natural, históricos e recentes, uns de ênfase mais documental outros de maior expressão artística, nem todos exclusivamente paisagistas, mas seja como for, tenha referências, construa um repertório amplo e variado, essa é a parte que pode ser feita no conforto da sua casa, o restante é para ser feito em campo mesmo. E não esqueça de me seguir lá no Instagram e no YouTube também. E se possível, curta esta postagem, siga aqui no Behance, sempre posto dicas e conteúdos em todas as minhas redes. 
A segunda dica se relaciona com as imagens que estou postando junto com este texto, pois todas foram capturadas no mesmo local, um parque. Procure um lugar familiar, que você possa ir muitas vezes, como um parque, uma praça, um local que tenha vistas interessantes, sejam elas urbanas ou naturais, mas que não seja um local distante e exótico. 
As vantagens de um parque, praça ou outro lugar próximo é que podemos repetir quantas vezes quisermos, estar lá em horários diferentes ou mesmo estações do ano diversas e assim testemunhar luzes, texturas e cores variadas mesmo que sobre uma mesma paisagem. 
Muitas vezes pensamos na fotografia de paisagens como o registro dos lugares distantes e incríveis deste nosso mundo, e nisso podemos cair na armadilha de confundir o exótico e diferente com uma fotografia de qualidade, é fácil sermos atraídos pelo diferente, pelo distante, e por isso é bom começar por algo mais próximo e familiar, assim aprendemos a ver mesmo naquilo que podemos presenciar sempre, naquilo que estamos acostumados, treinamos a habilidade de ver o especial dentro do comum.
Quanto mais vamos a um mesmo lugar, mais iremos nos forçar a procurar coisas diferentes e isso nos coloca num movimento de busca criativa, que é fundamental no desenvolvimento do nosso estilo.
Vamos falar um pouco sobre equipamentos. A foto acima foi feita com um smartphone, um Motorola Edge 30 Ultra, é um bom smartphone, mas não é o mais caro nem o mais aclamado do mercado em termos de suas câmeras e por isso gosto de dizer que você pode começar na fotografia de paisagens com seu smartphone, compreenda que estar no lugar certo e na hora certa, ou seja, ter diante de si um tema interessante, num horário cuja luz seja bonita, e usando boas técnicas de composição fotográfica (ideias de harmonia, uso de linhas guia, regras composicionais etc.), isso tudo é mais importante do que estar com a câmera mais sofisticada e as mais caras lentes.
Outras fotos deste artigo foram feitas com câmeras Canon e Nikon, lentes Canon, Nikon e Sigma, câmeras full frame como Nikon Z7 II e aps-c como a Canon EOS R7, passando ainda por Canon EOS R8 e Nikon D750, lentes sofisticadas como a Sigma Art 12-24mm f/4 e Nikkor 200-500mm até uma lente de kit RF-s 18-150mm IS STM, smartphone, um pouco de tudo, se não falarmos qual é qual, provavelmente ninguém conseguirá saber só de olhar, por isso é bom não se impressionar demais com o equipamento e sim concentrar em composição, escolha de horários e a busca por temas cativantes.
Ao escrever a segunda dica acabei esquecendo de mencionar, todas as fotos deste artigo foram clicadas no Horto Florestal, em São Paulo, quando ali menciono sobre fotografar em um lugar próximo e familiar, estas fotos são exemplos, veja como um só parque permite abordagens diferentes, detalhes ou imagens amplas, em cores e em preto e branco, em horários variados e com todo tipo de equipamento. Procure um parque perto de você para começar sua prática em fotografia de paisagens e divirta-se, esta é uma estrada muito divertida para curtir a viagem pela fotografia. 

Um bom resumo do que escrevi até aqui seria: tenha bastante repertório, procure um local próximo e tranquilo, fotografe bastante nesse local em dias e épocas diferentes para explorar ao máximo as possibilidades, preocupe-se menos com qual equipamento você usa e mais com o quanto você pratica e o tanto de pesquisas que você faz para conhecer referências.

Não esqueça de dar uma olhada no meu artigo anterior, tem muitas fotos de paisagem lá, todas da mesma praia, em dias bem nublados, e ainda assim rendendo imagens bem interessantes. Nos vemos num próximo artigo.

Armando Vernaglia Jr.
fotógrafo, cinegrafista, professor, youtuber, músico e tomador de café.

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